sexta-feira, 25 de maio de 2012

Desenvolvo uma prática dialógica com meus alunos?


Resposta da atividade do curso “Tecnologias na Educação”.

Desenvolvo uma prática dialógica com meus alunos? Ouço suas idéias, dúvidas, curiosidades?

   Honestamente? Não. Aliás, acredito que, em se tratando da educação no Brasil, noventa e nove por cento - e não sei se existe o um por cento restante- não possui uma prática fundamentada no diálogo com fins pedagógicos.
   As minhas iniciativas dialógicas, quando estive na sala de aula, eram incipientes, tímidas e não atendiam aos anseios de uma geração inquieta e cheia de novidades. Mas, atendia as regras das ideologias vigentes, as quais, pelo poder do tempo - são seculares –, já estão bem assimiladas por todos, menos pela maioria daqueles que se movem num oceano de expectativas de novas aprendizagens.
   O pouco que fazia pelos meus alunos estava fundamentado muito mais na prática da observação de suas inquietudes, do que na escuta daquilo que eles verdadeiramente queriam.
   Acredito que, ainda hoje, apesar de alguns avanços, a centralidade do fazer dos professores fundamenta-se naquilo que eles acham que os alunos necessitam. E mais, o que vejo na educação, neste país, não acena para grandes mudanças, pois as iniciativas dos órgãos governamentais são mais burocráticas e/ou eleitoreiras, do que verdadeiramente transformadoras, criadoras de perspectivas reais e contextualizadas.


Antônio José.

terça-feira, 22 de maio de 2012

As 100 horas
O Curso Tecnologias na Educação tem propiciado a cada aluno a possibilidade de uma nova descoberta a cada atividade, inclusive com a possibilidade de se discutir as contribuições dos colegas, quando se trata de trabalhos com contribuições a respeito de determinadas temáticas.
As atividades realizadas foram as seguintes: Interação Fórum Apresentação (nessa atividade o cursista se apresenta aos colegas falando das suas expectativas quanto ao curso; Conteúdo/Leitura Obrigatória ( leitura dos textos: “Aprendizagem continuada ao longo da vida o exemplo da terceira idade”,  de José Armando Valente e “As sereias do ensino eletrônico.”; Fórum Educação e tecnologia (registro no fórum de reflexão sobre o vídeo em que o Prof. Dr. Ladislau Dowbor fala sobre educação e tecnologia:
“(...) É necessário repensar a escola e a educação no sentido mais amplo. A escola deve ser menos lecionadora e mais organizadora de conhecimento, articuladora dos diversos espaços do conhecimento.” Dowbor, L., 2001.;
conhecendo as tecnologias da escola e descobrindo recursos educacionais no cyberespaço. (observar, na escola, quais são as tecnologias mais utilizadas e de que forma acontece essa utilização); criação de blog ( o blog é criado para que o cursista conheça a sua funcionalidade como instrumento de interação e compartilhamento de aprendizagens/conhecimentos/descobertas).; navegação e conceituação de hipertexto.

sexta-feira, 18 de maio de 2012


Cronologia

As horas têm números? E os dias? E os meses? E os anos?...
Não, a vida não está limitada ao tempo, é o próprio tempo. Começa com o estampido de um grito novo que ecoa numa mesa de parto. Sai de um útero. Dores, lágrimas, gritos, sonhos e alegrias. Retumbante como o alarido ensurdecedor de um tiro, começa num estonteamento da dúvida. A única certeza: a vida começou.
Na cronologia da história temporal, mediada por frações, ela continua. Mas, na vida não há dias, nem noites, nem meses, nem anos. O tempo, a vida, a história corre num exaustivo começo e fim, pois o meio é o todo. O todo é um todo cíclico da vida, das cronologias fracionárias, fracionadas.
Ah! O tempo, a vida, a história, efêmeras substantivações das agonias existenciais de quem passa pelos caminhos insondáveis de um eterno amanhecer. A luz é dia, é tempo, é vida.
Mas o tempo, a vida, a história é cronologia passageira: passageiras de uma intermitente transição entre luz e trevas. A vida é luz, e também é noite.
Assim, medir, mensurar, fracionar é prender-se num emaranhado de coisas meramente finitas. A vida não tem fim, em sua essência; não tem começo, muito menos meio, é ato contínuo. Prendê-la a frações de convenções, substancialmente abstratas, é ofuscar o brilho da luz ou das trevas, num molde de cronologias averbais, numa bolha temporal, enfadonha, monótona, sem cores, opaca, medonha.
A cronologia é pois, o término, o fim, a prisão, o vácuo, o nada. É o abstrato enfadonho dos que passam na solidão de um caminho sem flores, sem orvalhos, sem luas, sem sol, sem brisa, sem a brisa, sem a graça da simplicidade do existir.
A cronologia, assim, é o nada, a vida é o todo.
Antonio José da Silva